Belo Horizonte - Mineirão - 28/06 - 13 hrs
Antes da bola rolar para Brasil e Chile, lembramos da freguesia dos vermelhos, da força da nossa torcida e do poder decisivo de Neymar. Lembramos também do ótimo aproveitamento de Felipão em mata-matas, das deficiências do adversário, do fato de não cairmos nas oitavas de uma Copa do Mundo há 24 anos. Só não nos recordávamos como era sofrer tanto assim em um jogo de Mundial. Faltou futebol à Seleção Brasileira e unha para os torcedores roerem. Sobrou estrela a Julio Cesar, um monstro na disputa de pênaltis.
Depois de 120 minutos de angústia, ansiedade, apreensão e um empate em 1 a 1 - gols de David Luiz e Alexis Sánchez - o camisa 12 cresceu, pegou duas cobranças na decisão por pênaltis e viu a bola de Jara, a última deste sábado, explodir na trave. O medo de um "Mineiraço" deu lugar a uma explosão de alegria, irradiada de Belo Horizonte para o país inteiro.
Histórico! Daqui a 20 anos ou mais, ainda lembraremos a bola de Pinilla explodindo na trave do Mineirão nos acréscimos da prorrogação, os gritos de desespero a cada contra-ataque desperdiçado pelo time verde a amarelo, os abraços, saltos, empurrões, puxões, berros e todas outras reações explosivas após cada defesa de Julio... Aquele mesmo que há quatro anos saiu como vilão da eliminação canarinho na África do Sul.
O Brasil ainda não jogou o que dele se espera, mas seguirá participando da festa que montou. Faltam três para o hexa! Agora, a Seleção tenta se reestabelecer física e mentalmente antes de encarar a Colômbia. O jogo pelas quartas de final será sexta-feira, às 17h, no Castelão, em Fortaleza.
O JOGO
Não parecia que seria tão difícil. Mudada, a Seleção teve seu melhor início de jogo nesta Copa. A entrada de Fernandinho no lugar de Paulinho não foi a única alteração. Para conter as subidas do Chile pela direita, Felipão deslocou Hulk para a esquerda, e o camisa 7 atuou quase como um lateral, dando proteção a Marcelo. Oscar jogou pela direita e Neymar teve liberdade para flutuar entre o meio e o ataque. O craque correu, apanhou bastante, perdeu gols...
A Joia não teve tanto espaço como nos três primeiros jogos, e a Seleção recorreu à arma que todos já esperavam: a bola aérea. Contra a defesa baixinha do Chile - e sem grande repertório de jogadas - o Brasil passou a cruzar bolas na área. Foi assim que, aos 17 minutos, David Luiz se enroscou com Jara, que marcou contra - o gol foi dado ao zagueiro canarinho.
A Roja marcava em cima e tinha mais posse de bola, mas criava pouco. Assim, só conseguiria chegar ao gol de Julio Cesar em uma falha brasileira. E foi o que aconteceu. Quase na linha de fundo, Marcelo cobrou um mal um lateral, Hulk tocou errado e o Chile não perdoou. Ligado, Vargas recuperou a bola, deu a Sánchez e o atacante do Barcelona estufou as redes. Aos 30 minutos, os comandados por Jorge Sampaoli davam o segundo chute na partida - o primeiro no alvo - e empatavam o confronto.
A partir de então, a partida ganhou ares dramáticos. Mais do que equilibrar a partida, o Chile passou a jogar melhor. Espalhado, o Brasil deu espaços para a Roja e se distanciou do gol de Bravo.
A história poderia ter sido até outra, mas o gol de canela de Hulk foi anulado. O árbitro Howard Webb considerou que ele dominou a bola com a mão. Poderia ter sido ainda mais dramática também se não fosse a grande defesa de Julio Cesar em chute à queima roupa de Aránguiz.
Felipão mexeu mal. Trocou Fred por Jô, mas o problema estava na criação. Problema que Ramires também não resolveu quando entrou no lugar de Fernandinho. Quando Willian entrou na vaga de Oscar, no segundo tempo da prorrogação, já não havia muita tática, técnica, nem força nas pernas. Era só coração. Foi assim a cada cruzamento da Seleção, no chute de Pinilla no travessão aos 15 do quarto tempo, no contra-ataque que o Brasil não aproveitou no último lance da partida...
Vieram os pênaltis e o Julio cresceu. David Luiz fez e o camisa 12 pegou. Willian e Hulk erraram, mas o goleiro brasileiro também pegou a bola de Sánchez. Na última, a de Jara, o mesmo que fez contra, ele até acertou o canto, mas não precisou encostar na Brazuca. A vaga era canarinho.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 (3) X (2) 1 CHILE
BRASIL 1 (3) X (2) 1 CHILE
Data e horário: 28/6/2014, às 13h00
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey (ING) e Darren Cann (ING)
Público: 57.714
Cartões Amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (BRA); Mena, Silva, Pinilla (CHI)
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Howard Webb (ING)
Assistentes: Michael Mullarkey (ING) e Darren Cann (ING)
Público: 57.714
Cartões Amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (BRA); Mena, Silva, Pinilla (CHI)
GOLS: David Luiz, aos 17'/1ºT (1-0); Aléxis Sánchez, aos 30'/1ºT (1-1)
PÊNALTIS:
Brasil: David Luiz (GOL); Willian (X); Marcelo (GOL); Hulk (X); Neymar (GOL);
Chile: Pinilla (X); Sánchez (X); Aránguiz (GOL); Díaz (GOL); Jara (X);
Brasil: David Luiz (GOL); Willian (X); Marcelo (GOL); Hulk (X); Neymar (GOL);
Chile: Pinilla (X); Sánchez (X); Aránguiz (GOL); Díaz (GOL); Jara (X);
BRASIL: Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires, 26'/2ºT), Hulk, Oscar (Willian, intervalo da prorrogação) e Neymar; Fred (Jô, 18'/2ºT). Técnico: Luis Felipe Scolari.
Chile: Bravo, Silva, Medel (Rojas, 3'/2ºT prorrogação) e Jara; Isla, Dias, Aránguiz e Mena; Vidal (Pinilla, 41'/2ºT); Vargas (Gutiérrez, 11'/2ºT) e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli.
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