terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O dia em que Pelé foi tricolor !!!!




O Fluminense fazia uma excursão pela África, e estava na Nigéria para disputar amistosos. O adversário do dia seria o Racca Rovers, da capital Lagos. Por coincidência, Pelé também estava na Nigéria, trabalhando como garoto-propaganda de uma marca de eletrodomésticos. As autoridades nigerianas resolveram unir o útil ao agradável, e convidaram o Rei para dar o pontapé inicial do amistoso.

Era só o pontapé inicial, mas as rádios do país anunciaram que Pelé jogaria, com a camisa do Fluminense. Foi o suficiente para os trinta mil ingressos se esgotarem rapidamente. O povo queria ver Pelé em ação, desejava admirar o talento do Rei. Dizem que até o governador da capital teria exigido que Pelé jogasse (convenhamos, mais vale um Pelé em campo que um Pelé ao seu lado na tribuna de honra).

O Fluminense ainda tentou desfazer o mal-entendido, mas já era tarde: agora, Pelé teria que jogar. Ou então as autoridades teriam que segurar a multidão em fúria. O chefe da polícia declarou à rádio oficial que, se Pelé não jogasse, retiraria seus homens do estádio, pois não teria como conter a população. Resumindo: estava prestes a ocorrer uma verdadeira intifada nigeriana.

Sem alternativa, Pelé resolveu jogar, mesmo estando fora de forma (dizem que não pisava em um gramado havia seis meses). Até encontrar uma chuteira adequada foi complicado: o Rei teve que jogar com os pés apertados, calçando um número abaixo do seu. E foi assim que ele disputou aquele primeiro tempo, escrevendo mais um capítulo da história do Fluminense. Que bom para o Tricolor, e que bom para Pelé.

Com a Majestade em campo, o Fluminense venceu o primeiro tempo por 1 a 0, gol de Marinho Chagas. No final, o placar foi 2 a 1, tendo sido o segundo gol tricolor marcado por Arturzinho. O grande nome do jogo foi Gilson Gênio. Reza a lenda que, ao final da peleja, Gilson foi carregado pela multidão, impressionada com sua esplêndida atuação.

Cabe dizer que, logo após o anúncio da saída de Pelé, no intervalo, um enorme enxame de abelhas invadiu o estádio, iniciando um pânico geral. Teria sido uma espécie de revolta divina? Por sorte, apenas um policial se feriu, caindo de seu cavalo.

No jogo seguinte, em Lagos, novamente foi anunciada a presença de Pelé. Mas o Rei já estava num avião, rumo a Londres. Enquanto sobrevoava o Atlântico, nossa Majestade não conseguia se livrar de um pensamento terrível: faltou fazer um gol! faltou fazer um gol!

 Estádio lotado para ver Pelé !!!





Pelé, com vestimentas tradicionais nigerianas.



 Em pé: Paulo Emílio, auxiliar, Renato, Marinho Chagas, Dário Lourenço, Miranda, Edevaldo, Rubens Galaxe e o lendário Ximbica.
Agachados: Gildásio, Arturzinho, Geraldão, Pelé e Gilson Gênio.


Edevaldo, Pelé, Rubens Galaxe e o juiz da peleja.


O Rei Pelé cercado pela multidão em Kaduna.




Na foto acima, estão, da esquerda para a direita: o técnico Paulo Emílio, Marinho Chagas, Miranda, o goleiro Renato, Gildásio, Arturzinho, Dário Lourenço, Geraldão, Gilson Gênio, Edevaldo, Pelé e Rubens Galaxe. 



Ficha Técnica: Racca Rovers/NIG 1 x 2 Fluminense.
Motivo: Amistoso Internacional.
Data: 26/04/1978.
Local: Estádio Municipal de Kaduna, Nigéria.
Público: 30.000 pagantes.
Fluminense: Renato; Edevaldo, Miranda, Dário Lourenço e Marinho Chagas; Rubens Galaxe, Arturzinho e Pelé; Gildásio, Geraldão e Gilson Gênio. Entraram Edival, Luis Carlos e Carlinhos. Técnico: Paulo Emílio.
Gols do Fluminense: Marinho Chagas (1T) e Arturzinho (2T).

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